Como lidar com funcionários problemáticos

O fanático político, o preterido na promoção, o ex-empregado vingativo – como lidar com estes e outros tipos do mundo corporativo

Os funcionários podem tanto trabalhar a favor do sucesso da empresa, como, ao contrário, ser capazes de minar o negócio. Nunca se deve ignorar uma situação problemática no ambiente de trabalho. Quando um ou mais funcionários se metem em encrenca, o empreendedor tem que encarar de frente a questão. Você verá a seguir como enfrentar dez situações delicadas que envolvem colaboradores.

Os apaixonados
Os relacionamentos no trabalho podem se transformar, literalmente, num caso sério. Pesquisa realizada em 2009 pelo site Vault, um dos mais respeitados na área de carreiras, revela que 58% das pessoas já tiveram um romance com alguém da mesma empresa – e 12% estão em vias de se envolver com colegas de firma. Proibir namoros no trabalho é ilegal, mas controlar os seus efeitos, não. O empreendedor deve cercar-se de cuidados para que o novo relacionamento não interfira na produtividade.
A companhia deve incentivar os seus funcionários a falar a verdade em uma situação dessas. “Esta é a melhor saída para ambas as partes, pois a empresa conta assim com algum domínio sobre a situação e pode dar um feedback ao novo casal”, afirma Fernando Feitoza, superintendente comercial da Consultoria Across. “Se aceitar ficar com eles, é importante deixar claro sobre a importância do bom senso dentro do ambiente de trabalho, para evitar futuros conflitos com os demais da equipe.” Ou seja, nada de privilégios profissionais nem amassos em público.

O traidor
Funcionários começam a divulgar informações confidenciais da empresa
Com as tecnologias de comunicação em rede, vem crescendo o medo do vazamento de informações, de acordo com Ralph Chelotti, presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH). Segundo um estudo do Centro de Estudos das Tecnologias de Informação e Comunicação (Cetic), mais de 70% das empresas bloqueiam o uso de e-mails pessoais e msn e monitoram o conteúdo recebido e enviado pelo e-mail corporativo, com o intuito de cessar esse “vai-e-vem”.
Ana Maria Cadavez, sócia-diretora da Vitae Consulting, afirma que as informações trocadas pelos funcionários, em grande parte, não envolvem assuntos estratégicos, mas sim insatisfações e inseguranças pessoais a respeito da companhia. “A maioria dos funcionários de uma empresa não tem a mínima idéia dos rumos que ela está tomando em relação a serviços, produtos, mercado, concorrência. Eles usam o canal para colocar seus dilemas pessoais.”
Para reduzir o burburinho, o empreendedor deve adotar uma política de gestão das informações que restrinja a circulação de comunicações confidenciais e ao mesmo tempo satisfaça os desejos de todos os funcionários. “As empresas devem ter em mente o que pode ou não ser falado, que pessoas terão acesso às informações e quais serão as consequências em caso de vazamento de dados. Uma informação mal divulgada pode render efeitos catastróficos para os negócios”, afirma o consultor Fernando Feitoza.

O vingativo
O ex-colaborador vai à forra
A demissão de um funcionário problemático pode trazer vários problemas. Ele tenta cooptar a equipe toda a agir contra a empresa. Usa tudo o que sabe sobre a companhia para minar os negócios. E pode até partir para as vias de fato – e depredar o patrimônio. “O empregado desligado costuma sentir-se um verdadeiro incompetente e tem sua autoestima reduzida”, diz a consultora Ana Maria Cadavez.
Uma forma de prevenção contra agressões é continuamente dar feedback a todos os colaboradores e prepará-los para o desligamento. “Muitas empresas deixam aquele funcionário que achava que estava fazendo tudo certo sem a menor idéia do que causou o desligamento”, afirma Ana Maria. “Quando o processo é feito de maneira injusta, a voz do funcionário desligado encontrará eco entre os demais”, afirma Fernando Feitoza, da Across. Agora, se mesmo assim o profissional continuar procurando encrenca, a saída é buscar uma empresa especializada em segurança e, em alguns casos, a polícia.

O injustiçado
Empregados sentem-se injustiçados com a promoção do colega
Mesmo quando a equipe é pequena, empresários passam por apuros não só quando precisam demitir, mas também quando a notícia é boa: a promoção de um profissional. Esse tipo de decisão costuma vir acompanhado de uma montanha de lamentações por parte dos que não foram contemplados.
“As empresas devem explicitar o que elas esperam de um funcionário para oferecer a promoção”, afirma o consultor Fernando Feitoza, que atribui à própria companhia a raiz deste tipo de problema. “Quando há regras claras nos processos de promoção, há pouca discordância”, reforça Ralph Chelotti, da ABRH.
Quando o promovido passa a ser o gestor direto daquele que se sente injustiçado, a questão fica ainda mais delicada. “É necessário haver uma conversa aberta, porém cuidadosa, entre as duas partes, para que ambos possam tentar um entendimento”, diz Feitoza. A empresa deve explicar as razões da promoção e oferecer aos que se sentem preteridos um plano para o desenvolvimento de suas habilidades.

Os carregadores de piano
Funcionários com filhos versus funcionários sem filhos
Surge alguma demanda extra de trabalho. Quem será responsável? Os funcionários com e sem filhos reagem de forma distinta e isso gera conflitos na equipe. “O que as companhias não devem fazer é ‘aliviar’ os funcionários com filhos. Este tipo de coisa coloca os colaboradores uns contra os outros, já que os sem filhos também têm suas necessidades e interesses”, afirma a consultora Ana Maria Cadavez. “É guerra na certa.”
Todos os profissionais hoje querem qualidade de vida. Desejam conciliar a família, a academia, os estudos, os momentos de lazer com suas obrigações de trabalho. “Se há necessidade de tantas horas extras, é sinal de que está faltando contratar gente. Um planejamento adequado, uma revisão nos processos de trabalho e até mesmo um rodízio entre os empregados são ações que ajudam a reduzir esse tipo de conflito”, afirma Ana Maria.

O malandro I
Um funcionário está tirando proveito pessoal do dinheiro ou da infraestrutura da empresa
Fraudes são uma dor de cabeça enorme para as empresas. Para evitá-las, cabe, em primeiro lugar, adotar uma política por escrito, dizendo o que é inaceitável. A avaliação depende do modelo de gestão de cada empresa, diz o consultor Fernando Feitoza. Existe uma linha tênue que separa o comportamento ético do duvidoso. Por exemplo: um funcionário aproveita o expediente para fazer trabalhos não ligados à empresa. Utiliza o computador, o telefone, a impressora e até mesmo o seu tempo para ganhar mais dinheiro. Ele poderia fazer isso tudo utilizando sua infraestrutura pessoal. “A empresa acaba tendo gastos desnecessários”, afirma Feitoza.
Se o deslize for leve, a empresa pode dar uma advertência ao funcionário. Agora, se a profundidade da ocorrência for maior, é importante que o empresário busque aconselhamento, seja com seus sócios ou até mesmo chamando um consultor ou investigador externo.

O malandro II
Um empregado dirige indevidamente o carro da empresa sem licença ou fora do expediente
Longe dos olhos dos empresários, alguns funcionários utilizam os carros da frota, fora do expediente, até mesmo para passeios durante os fins de semana, com combustível “grátis”. E quando o condutor está com sua carteira de habilitação vencida ou cassada? “A empresa pode ser responsabilizada por permitir que esse funcionário dirija o carro”, diz Ralph Chelotti, da ABRH. É fundamental manter regras claras a respeito da utilização do veículo (como período para utilização, quilometragem) e fazer a checagem adequada dos documentos que habilitem o funcionário a dirigi-lo.

O dependente químico
Funcionários que consomem álcool ou drogas
A presença de funcionários que apresentam problemas com abuso de álcool e drogas tem despertado a atenção das empresas. Como lidar com questão tão delicada? Uma das saídas é buscar ajuda em entidades que fazem ações de prevenção e tratamento de dependentes químicos.
É importante conversar com o empregado e a família, além de mantê-lo afastado no período de recuperação, caso seja necessário, segundo Ralph Chelotti. “A empresa deve cogitar a possibilidade de pagar o tratamento.” Para Ana Maria, se a terapia não tiver sucesso, o funcionário pode ser demitido. “Os dependentes que não se reabilitam faltam sempre, não cumprem tarefas…”

O fanático
Funcionários que pregam suas posturas políticas e religiosas no ambiente de trabalho
Diversidade é bem-vinda. Mas manter a unidade em uma equipe formada por colaboradores que parecem vir de mundos diferentes é uma prova de fogo. Muitas vezes, as empresas fazem vista grossa para atitudes como a tentativa de conversão religiosa em pleno ambiente corporativo. “A empresa é um lugar para trabalhar, produzir e obter resultados. Não dá para misturar com crenças pessoais”, diz a consultora Ana Maria Cadavez.
Quando os exageros começam a afetar o ambiente de trabalho, é hora de a empresa ligar o sinal amarelo. “As pessoas assediadas têm todo o direito de protestar”, diz Ralph Chelotti, presidente da ABRH. “A empresa tem que conversar com os funcionários para que separem suas convicções pessoais das questões de trabalho.”

O deslumbrado
Empregados planejam eventos pessoais que atrapalham a rotina dos demais colegas
O noivado, o casamento, a festinha dos filhos. São tantas emoções… Que devem permanecer fora do expediente. A atenção exagerada às celebrações (ou qualquer assunto pessoal) pode minar a produtividade. “É comum notarmos em pessoas que dão uma importância além da conta às festas, o uso indevido das horas de trabalho para cuidar dos preparativos”, diz Fernando Feitoza. Cabe à empresa mostrar ao funcionário que seu comportamento está sendo inadequado. “É importante ter em mente quanto a pessoa está envolvida e tratar do assunto com sensibilidade”, aconselha o consultor.

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